¡Tu carrito está actualmente vacío!
Os Filhos de Thoth (numérico)
Dois jovens enviados do Egito, um sábio das estrelas e uma curadora do coração, partem para levar sua sabedoria aos povos distantes. Através de reinos com crenças radicalmente diferentes, eles descobrem que o verdadeiro conhecimento se escuta, se compartilha, se adapta. Uma jornada iniciática onde a sabedoria antiga encontra a diversidade do mundo, e onde o equilíbrio se torna a mais alta forma de verdade.
2.99 €
GiveaBook.shop
Descripción
Enviados pelo templo de Philae, Hor-Ka, o cartógrafo das estrelas, e Merytnout, a curadora das almas, deixam as margens familiares do Nilo para uma missão extraordinária: levar a sabedoria do Egito além de suas fronteiras. Através do Mar Egeu, os palácios coloridos de Creta, os desertos salgados da Babilônia e as fortalezas hititas, eles descobrem mundos onde os deuses falam outras línguas, onde o poder se afirma pelo medo ou pelo espetáculo.
Armados com seus conhecimentos sagrados — a medida do céu e o ouvir do coração — eles aprendem que a verdadeira sabedoria vive-se no diálogo, na tradução paciente de um mundo para o outro. A cada povo encontrado, eles oferecem a harmonia de Maát, este equilíbrio vivo entre os homens, os deuses e o mundo, tecido com respeito e escuta.Os Filhos de Toté um relato iniciático em que o encontro com o outro se torna espelho de si mesmo, e em que cada passo em direção ao desconhecido transforma para sempre aquele que anda.
Información adicional
Número de página | 51 |
---|
Solo los usuarios registrados que hayan comprado este producto pueden hacer una valoración.
Capítulo 1: A Promessa do Lápis-Lazúli
Philae, vinte cheias após o nascimento dos gêmeos, não respirava apenas a sabedoria antiga; pulsava com uma juventude renovada. As pedras do templo, polidas pelos séculos e pelas orações, pareciam irradiar a harmonia perfeita de Maát, esse equilíbrio cósmico que cada sacerdote, cada planta e cada pedra se esforçavam para produzir.
Hor-Ka, ajoelhado sobre as lajes aquecidas pelo sol da manhã, contemplava a coluna diante dele. Ele a lia, sentindo nela a força tranquila do pilar Djed, a coluna vertebral de Osíris, essa promessa de estabilidade face ao caos. Seu dedo traçava as linhas de força, como um escriba buscando o pensamento divino que ordenava a matéria. “Toda coisa duradoura,” seu pai, Khnoumhotep, lhe ensinara, “é um equilíbrio entre o peso e o ímpeto.” Hor-Ka, herdeiro da lógica e da estrutura, buscava esse equilíbrio por toda parte, convencido de que o verdadeiro poder era tornar real, aqui embaixo, a ordem perfeita do mundo de lá em cima.
Um perfume de jasmim e terra úmida o tirou de sua concentração. Ele não precisou se virar.
“Se você continuar querendo tornar essa coluna mais perfeita do que já é, ela vai acabar se ofendendo,” disse uma voz suave e zombeteira.
Merytnout estava atrás dele, um cesto de linho cheio de ervas medicinais em seu braço. Suas mãos, ao contrário das de seu irmão, que buscavam a perfeição da linha, estavam cobertas de terra e pólen de flores. Ela voltava dos jardins onde havia colhido e dialogado com o Ka, a força vital de cada planta. Ela havia pedido às ervas que compartilhassem um fragmento de seu Ânkh, sua vida, para aliviar a febre de um jovem aprendiz. Era todo o legado de sua mãe Ipy: saber que a cura não é um ato de poder, mas uma harmonia restaurada.
Hor-Ka levantou-se e sorriu. “A perfeição nunca é alcançada, ela se produz a cada instante. É você quem a perturba com seus cantos.”
Merytnout soltou uma risada cristalina que fez voar um bando de pardais. “Meus cantos não perturbam a ordem, irmão. Eles lembram à pedra que ela está viva.”
Ela pegou seu braço, sua cumplicidade uma evidência. Eles eram a dualidade feita carne: ele, o pilar Djed, a estrutura estável; ela, o sopro de vida que conecta as coisas entre si. Juntos, formavam um todo coerente, uma síntese.
Seu gracejo foi interrompido por uma presença cujo silêncio tinha a densidade de uma pedra caindo em um poço. Nebamon estava na entrada do pátio. Ele carregava consigo a história do templo: seu corpo era o de um homem que havia lutado contra as correntes do Nilo e aquelas, ainda mais violentas, de seu próprio ciúme. Antigo rival de seu pai, ele se tornara o guardião das provações, e seu rosto, marcado, nunca sorria, pois as provações não têm lugar para a leveza. Ainda assim, em seu olhar sobre eles, não havia nenhuma dureza. Era um reconhecimento franco, a consideração de um veterano por dois jovens soldados que voltavam de sua primeira batalha, o coração e a mente carregados de cicatrizes e troféus invisíveis. Seu olhar sobre os gêmeos era tingido de um profundo respeito.
“A barca do Vizir atracou e o Grande Sacerdote os espera,” disse ele simplesmente.
A atmosfera congelou instantaneamente. Eles atravessaram os pátios do templo, seus passos ficando mais pesados nas lajes, cada eco parecendo despidos de sua insouciance. O grande salão hipostilo os engoliu em sua floresta de pedra. Colunas monumentais, semelhantes a árvores gigantes, erguiam-se em uma penumbra sagrada, mal perturbada pelos feixes de luz oblíqua que caíam dos claustros, transformando o pó em ouro flutuante. O ar ali era mais fresco, carregado com o cheiro de incenso frio e da eternidade da pedra.
Lá, no centro desse silêncio esmagador, o Vizir os aguardava. Era um homem tão velho que seu rosto parecia esculpido como o leito seco de um rio, cada ruga carregando a memória de uma cheia ou de uma seca. Seu olhar carregava o cansaço de todo Kemet. Aos seus pés repousavam dois objetos cujas simplicidades contrastavam com a majestade do local: um cofre de cedro cujo perfume resinoso flutuava no ar, selado por um fio de linho e um selo de argila, ao lado um estojo de papiro discretamente adornado com o olho Oudjat, que parecia vigiar seu conteúdo.
“Hor-Ka, filho de Khnoumhotep. Merytnout, filha de Ipy,” começou o Vizir. Sua voz, embora baixa, ressoou na sala, seu peso sendo sentido, cada palavra parecendo carregada de séculos de história. “O Faraó, que sua vida seja eterna e próspera, viu em vocês mais do que um legado. Ele viu uma possibilidade. E o verdadeiro poder, vocês sabem, é tornar as possibilidades reais.”
Ele fez uma pausa, avaliando-os com um olhar que parecia ler além de sua juventude, até a alma de seus pais. “A paz com a grande cidade de Babilônia é uma coisa frágil, como um papiro no vento. Queremos transformá-la em Maát, sólida como essas colunas. O Faraó deseja construir uma ponte sólida de conhecimento, uma passagem para que nossos povos se percebam melhor e se enriqueçam com seus saberes respeitosos.”
Ele apontou para o estojo de papiro, o couro escuro absorvendo a luz. “Aqui está o pensamento de Kemet, a sabedoria de Thot. Os mapas das estrelas que são o reflexo do nosso mundo, a medida do tempo que ordena o caos. Vocês carregarão a estrutura do nosso mundo.”
Em seguida, sua mão enrugada pousou sobre o cofre de cedro, em um gesto de infinita reverência. “E aqui, seu coração pulsante. Sementes do Lótus Azul de Philae, aquele que abre a mente e conecta as almas. Vocês carregarão a vida do nosso mundo.”
O peso da missão se infiltrou neles, tornando o ar que respiravam mais pesado e a sala imensa subitamente opressiva. Era uma missão crucial: eles deveriam produzir Maát, fazê-la nascer em uma terra estrangeira.
“Vocês serão a voz e o coração de Kemet,” concluiu o Vizir. “Partam em três dias. Mostrem-lhes que nossa grandeza não é uma força que se impõe, mas uma harmonia que se oferece.”
O Vizir retirou-se, suas sandálias deslizando sem ruído sobre as lajes, deixando-os sozinhos no silêncio ensurdecedor da sala. Hor-Ka aproximou-se dos presentes, sua mente já elaborando um mapa se desdobrando, calculando as etapas da viagem, os perigos, a logística. Ele sentia a responsabilidade de representar Thot, a precisão dos grandes princípios gravados na pedra, e o peso daquele estojo já era o de todo um império sobre seus ombros.
Merytnout, por sua vez, pousou delicadamente a mão sobre o cofre de cedro. Ela sentia o Ka adormecido das sementes, uma imensa potencialidade de vida esperando para ser despertada. Ela pensava no Khepri, o escaravelho do devir, e se perguntava que forma essa vida tomaria em uma terra tão distante, sob um céu estrangeiro.
Eles se olharam. Sua infância no casulo protetor de Philae havia terminado. Um mundo vasto, um oceano de possibilidades os aguardava. O Nilo, lá fora, continuava a fluir, mas pela primeira vez, eles sentiam que não os levava mais apenas para o Delta, mas além, para os horizontes infinitos onde eles também teriam que se tornar criadores.
Capítulo 2: Murmúrios no Delta
A viagem ao longo do Nilo era uma lenta meditação. O rio-pai, previsível e generoso, desenrolava sua fita de vida no coração de Kemet. Cada dia, Hor-Ka tomava medidas, anotando a posição de Rá no céu em seus pergaminhos, confirmando pela ciência a harmonia do mundo, a perfeição de Maât. Merytnout, porém, não olhava para o céu, mas para as margens. Lá, ela lia outro texto, o da vida que florescia: o voo de um íbis, a paciência de um crocodilo se aquecendo ao sol, a dança dos papiros na brisa. Para ela, Maât era uma pulsação, o próprio sopro do rio.
Productos similares
-
Cuando los jeroglíficos bailan (numéricos)
Suggested Price: €2.99 -
EL DINERO NO EXISTE (numérico)
Suggested Price: €2.99 -
El Ojo de Orus (numérico)
Suggested Price: €2.99 -
El todo por el todo (numérico)
Suggested Price: €2.99 -
Los 7 sonrisas de Isis (numérico)
Suggested Price: €2.99
Valoraciones
No hay valoraciones aún.